Não se sabe por ignorância ou por indolência, mas cada vez mais o brasileiro se afasta da língua portuguesa. Talvez alguns, pela vaidade de demonstrar falsa erudição, recorrem frequentemente a neologismos ou a palavras estrangeiras, forçando sua adaptação à língua pátria.
Como corriqueiro exemplo há a palavra impeachment, que é insistentemente repetida na mídia ou por pessoas, que sequer conhecem o significado. Impeachment é o mesmo que impedimento, a Constituição Federal disciplina casos de impedimento de autoridades da república, decorrentes de crimes tipificados como de responsabilidade, tal resultará na destituição do agente público do cargo que ocupa. Daí, no bom e correto português, deve-se dizer impedimento ou destituição da autoridade pública do cargo, jamais impeachment.
Erros costumam levar muitos ao exagero, pois jornalistas, políticos e até professores chegaram ao absurdo de dizer que determinada autoridade fora empichada, como se tivessem derramado piche no coitado do ser humano, sem nenhum limite ao esdrúxulo.
Outro termo da moda, que cotidianamente se ouve, é a famigerada fake news. O que é isso? Na boa expressão da língua portuguesa, nada mais é do que mentira ou notícia mentirosa. Ressalte-se que mentir nos telejornais tem sido diariamente constante, no afã de induzir em erro o cidadão brasileiro.
Tudo fica pior quando pseudo eruditos utilizam siglas usurpadas de idiomas estrangeiros, como CEO e também TBT. Todos os dias se ouve tais expressões, ditas por pessoas respeitadas como cultas. Será vaidade ou ignorância?
CEO é a sigla de chief executive officer, que tem sido utilizada para se referir a diretor ou administrador de alguma pessoa jurídica. TBT é acrônimo de throwback thursday, que pode ser traduzido livremente como a quinta-feira das lembranças, costume de países da língua inglesa. Por que tanta dificuldade em expressar tais termos utilizando o vernáculo?
Esses estrangeirismos estão sendo inseridos no idioma pátrio como se fossem gírias, utilizadas por pessoas negligentes, que não costumam estudar português e, dado o seu vocabulário pobre, limitam-se a repetir palavras ditas e escritas por outrem, sem conhecer o significado. Na verdade estão criando dialeto esquisito, pois não falam português e, muito menos, o inglês.
Melhor parar de empichar as pessoas, autoridades públicas são impedidas ou destituídas. Empresas brasileiras têm diretores ou administradores. Brasileiros têm lembranças ou sentem saudades.
Prof. Me. Lauro Rocha Reis